Ao criarmos a Ciranda-Gravura, a primeira preocupação foi mantermos a chama acesa, direcionando essa potência criativa, suspensa, para a produção de gravura. Por que ciranda? Por que remete a integração em círculo, a força crescente de rodar em grupo, a mãos dadas, a sensação de pertencimento e acolhimento. Ciranda-gravura remete a leveza de brincar, da criação livre, de estimular e de partilhar a experiência de gravar.

A roda  criada pela Ciranda-Gravura é um processo de formação contínuo, que ao giro oportuniza o compartilhamento de um ateliê-móvel de gravura e, ao mesmo tempo, é uma experiência de produção dentro de um espaço seguro, o seu espaço no isolamento, permitindo assim que se destravem dos medos e da paralisia, causados pelo vácuo no qual a pandemia nos lançou. Aos poucos percebemos que é possível criar, produzir e então, nos permitimos experimentar com a técnica, com a matriz, com o suporte. Quando vivenciamos a experiencia de partilhar, de produzirmos juntos - mas separados – percebemos a beleza de aprender sozinho e com o outro, num processo dialógico de compreensão e significado do ato de gravar e produzir uma imagem. A Ciranda-Gravura é um lugar de formação, no qual você administra seu tempo, respeita seu ritmo e que, mesmo fazendo parte de um processo coletivo, não há um modelo de aprendizado padrão, nem verdades cristalizadas.